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terça-feira, 19 de abril de 2011

PARA ENTENDER A EVOLUÇÃO POR SELEÇÃO NATURAL









"Por que essa lagarta é verde?". A pergunta pode ser feita por uma pessoa leiga e até mesmo por um aluno de ciências e biologia. Uma das respostas possíveis para a questão supõe uma compreensão geral da teoria da evolução e um tipo de raciocínio contra intuitivo, que emprega a ideia de mutação aleatória seguida de um processo parcialmente não aleatório, a seleção natural.

A seleção natural
De forma resumida, podemos dizer que a lagarta é verde porque possui genes que fabricam uma substância que faz seu corpo ficar verde. A cor verde, portanto, é determinada por genes que existiam no corpo da lagarta.
Mas outra pergunta pode ser levantada a partir daí: por que essa lagarta tem um gene que a faz ser verde, em vez de ter um gene que a faria ter cor vermelha ou amarela, por exemplo?
Essa segunda pergunta pode ser respondida pela teoria da evolução - mais precisamente, pelo princípio da seleção natural. Nesse caso, podemos pedir à pessoa que imagine um bando de lagartas vermelhas, amarelas e rosas comendo e vivendo em plantações de alfaces, por exemplo. E podemos lembrar a ela que muitos pássaros alimentam-se de lagartas. Se no meio dessas lagartas aparecesse uma lagarta verde (com o tal gene para a cor verde), ela ficaria escondida, camuflada no meio das alfaces. Os pássaros que comem lagartas teriam dificuldade de enxergar essa lagarta verde. Ela teria então mais chance de sobreviver, virar uma borboleta e se reproduzir. Como essa característica seria condicionada por um gene, esse gene poderia passar para os filhotes, gerando ovos que originariam lagartas verdes.
Portanto, se a cor verde for determinada por um gene, as borboletas vindas das lagartas verdes iriam produzir mais lagartas verdes e, com o tempo, o número de lagartas verdes que vivem nas alfaces aumentaria. Com as outras lagartas iria acontecer o contrário: seu número iria diminuir com o tempo. Depois de muito tempo, talvez somente as lagartas verdes teriam sobrevivido.
Essa reprodução diferencial entre os diversos tipos de lagartas é um caso de seleção natural. Mas resta ainda outra parte da explicação: como uma lagarta não-verde pode originar uma lagarta verde?

O caráter aleatório da mutação
Leigos e estudantes de ciências e biologia do ensino fundamental e médio utilizam muitas vezes uma explicação lamarckista para responder a perguntas que envolvem adaptações: os organismos desenvolveriam certas características em função de seu uso e de suas necessidades - a língua comprida do tamanduá e o pescoço da girafa, por exemplo, teriam se desenvolvido em resposta às necessidades alimentares desses animais e ao uso desses órgãos. O contrário aconteceria quando o organismo não precisa de um órgão, que se atrofia.
O senso comum usa também uma linguagem finalista ou teleológica para explicar as características adaptativas dos organismos. Como diz o evolucionista Ernst Mayr em seu livro One Long Argument, há uma crença, que vem desde os gregos, de que tudo na natureza tem um propósito, uma finalidade pré-determinada, uma causa final. No entanto, a partir da teoria sintética da evolução (ou neodarwinismo), esse tipo de explicação foi substituído por outra, que reúne a seleção natural, a genética mendeliana e a mutação.
Contra uma visão lamarckista, há o fato de que apenas os genes que estão nos gametas podem ser passados aos filhos e que as características resultantes do desenvolvimento pelo uso ou de atrofia pelo desuso não modificam esses genes e, por isso, não seriam transmitidas aos descendentes. Se, por exemplo, um halterofilista desenvolve seus músculos com exercícios, isso não altera os genes de seus espermatozoides. São esses genes, e não seus músculos, que podem ser transmitidos aos seus descendentes.
Para que o resultado de um esforço muscular, por exemplo, ficasse "inscrito" nos genes e passasse para os filhos, seria preciso um sistema complexo de mudanças genéticas. Em primeiro lugar, teria de ser fabricada uma molécula com informações específicas para modificar os genes que influenciam a força muscular. Essa molécula teria de se dirigir aos gametas, localizar os genes que influenciam a força dos músculos e modificar de forma específica a sequência de nucleotídeos desses genes. O novo gene teria de produzir uma proteína que aumentasse a força muscular. Mas não há nenhuma evidência de que esse complexo mecanismo de "transformação dirigida" ocorra.
O conhecimento atual sobre o mecanismo do código genético apoia o fato de que as mutações ocorrem aleatoriamente e, portanto, não apoia explicações finalistas.
Dizer que as mutações são aleatórias significa que, apesar de as mutações poderem ser provocadas pelo ambiente, seus efeitos não são dirigidos por ele. Em outras palavras, o aparecimento de um mutante adaptado a um ambiente não tem probabilidade maior de ocorrer nesse ambiente do que em qualquer outro onde a mutação não seria vantajosa. Por exemplo, certa mutação que forneça ao organismo maior resistência ao frio não tem maior possibilidade de aparecer em um ambiente frio do que em um quente. Do mesmo modo, as mutações provocadas pela radioatividade não levam necessariamente à formação de uma característica que dê resistência à radioatividade. Essas mutações resultam em características novas, que podem não ter nenhuma relação com as necessidades de adaptação do organismo a qualquer fator do ambiente.
O raciocínio desenvolvido aqui é o mesmo que fizemos na crítica ao lamarckismo. Para que uma mutação que proteja contra o frio (fazendo o animal ter pelos mais grossos, por exemplo) não ocorra ao acaso, seria necessário que a temperatura baixa mudasse a sequência de genes que age no tipo de pelo e que essa mudança ocorresse de tal maneira que a nova sequência produzisse pelos mais grossos.
Outra forma de colocar essa questão é dizer que o tipo de mutação que aparece é causalmente independente de seu valor adaptativo, ou seja, não há uma ligação causal entre a chance de determinada mutação aparecer em um ambiente e as vantagens adaptativas que ela confere a esse ambiente.
Uma analogia (um tanto macabra) pode facilitar a compreensão desse fato. Suponhamos que uma pessoa passe todos os dias, na hora do almoço, por determinado trecho de uma rua e que, em algum momento, a construção de um prédio tenha sido iniciada nesse trecho. Suponhamos agora que exatamente no momento em que a pessoa esteja passando pelo prédio em construção, um tijolo escorregue da mão de um trabalhador, caia sobre sua cabeça e a mate.
Em princípio, poderíamos descobrir algumas causas para a queda do tijolo: a mão do trabalhador poderia estar suada, ele estava com problemas em casa e, distraído, não segurou o tijolo direito etc. Também podemos explicar por que a pessoa estava passando naquele momento pelo local: era o que ela fazia, pontualmente, em sua hora de almoço. Era também uma pessoa que prezava muito a pontualidade e a rotina. No entanto, não há uma ligação causal entre essas duas linhas de acontecimento, ou seja, entre essas duas linhas causais. Não temos evidência de que alguma forma de "energia" passou da pessoa para o trabalhador e aumentou a chance de o tijolo cair sobre sua cabeça. É claro que essa hipótese, como tudo em ciência, é conjectural. Uma investigação poderia mostrar, por exemplo, que o trabalhador conhecia a pessoa e a odiava e, num acesso de raiva, deixou propositadamente o tijolo cair sobre sua cabeça. Mas, na ausência desse tipo de evidência, resta apenas a hipótese de que a passagem da pessoa naquele momento e a queda do tijolo são fatos causalmente independentes, sem ligação causal entre si. De modo semelhante, também não há evidência de ligação causal entre a chance que um tipo de mutação tem de aparecer e o caráter adaptativo dessa mutação.
Em resumo, a mutação ocorre independentemente de seu valor adaptativo. A chance de uma mutação aparecer não é afetada pela vantagem que ela poderá conferir ao seu portador. Como disse o evolucionista Theodosius Dobzhansky, os genes não sabem como ou quando seria bom sofrer uma mutação. Mas não devemos esquecer que, se por acaso aparecer alguma mutação favorável, ela será selecionada positivamente e o número de indivíduos com a mutação aumentará com o tempo.

O caráter não aleatório da seleção
As características do ambiente apenas selecionam as mutações que surgem aleatoriamente. Estas não ocorrem "para o bem da espécie envolvida", nem são capazes de antecipar as flutuações que ocorrem no meio ambiente.
Finalmente, diferentemente da mutação, a seleção natural não é totalmente aleatória: não é por acaso que os insetos resistentes a inseticidas ou as bactérias resistentes a antibióticos aumentam de número em ambientes com esses produtos. Por isso, a evolução não é um processo totalmente estocástico.
Mutação e seleção natural não são os únicos fatores evolutivos, mas somente com a participação desses fatores é possível explicar as características adaptativas dos seres vivos.
O evolucionista Richard Dawkins resume a evolução por seleção natural da seguinte maneira: "A vida resulta da sobrevivência não aleatória de replicadores que variam aleatoriamente" (em inglês: "Life results from the non-random survival of randomly varying replicators"). Os replicadores correspondem aos genes; a sobrevivência não aleatória, ao processo de seleção natural.
Disponível em: <http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/secoes/atual_cie.aspx?cod=753>. Acesso em: 19 abr 2011

sábado, 2 de abril de 2011

Estudo da Reprodução Humana


Sistema Reprodutor Masculino

O sistema reprodutor humano, também chamado de sistema genital, é formado por órgãos que constituem o aparelho genital masculino e feminino, caracterizados conforme abaixo:

Sistema Genital Masculino

  • Pênis: órgão reprodutor e excretor do organismo masculino, contendo em seu interior um ducto (a uretra) responsável pela eliminação da urina (excreta nitrogenada / ureia) e também condução do sêmen que contém os espermatozoides. Esse órgão é formado por tecido cavernoso e esponjoso, que se intumesce em razão da grande vascularização, de acordo com a libido do indivíduo em ocasião à reprodução, proporcionando a ereção deste órgão.
  • Bolsa escrotal: cavidade que aloja e protege os testículos, sendo responsável pela manutenção da temperatura adequada à fisiologia dos mesmos;
  • Testículos: são glândulas que, além de produzirem os gametas masculinos (espermatogênese) no interior dos túbulos seminíferos a partir de células germinativas primordiais, também possuem células intersticiais (células de Leydig) que sintetizam a testosterona, hormônio sexual masculino;
  • Epidídimo: ducto formado por um canal emaranhado que coleta, armazena e conduz os espermatozoides. Neste local os gametas atingem a maturidade e mobilidade, tornando-os aptos à fecundação;
  • Canal deferente: canal que transporta os espermatozoides do epidídimo até um complexo de glândulas anexas;
  • Glândulas anexas: conjunto formado pela próstata, vesículas seminais e glândulas bulbo uretrais, produzindo a secreção que compõem o sêmen, fluido que nutri e proporciona meio de sobrevivência aos espermatozoides, por exemplo, neutralizando o pH levemente ácido da uretra.

Fisiologia do Sistema Genital Masculino

A maturação e o início das atividades do sistema reprodutor masculino dependem inicialmente da secreção do hormônio ICSH, produzido pela glândula hipófise. A produção desse hormônio inicia-se aproximadamente aos doze ou treze anos, quando começa a puberdade (este fenômeno depende de uma série de fatores individuais e também ambientais, podendo o seu início variar, sendo mais precoce ou mais tardia).

O ICSH secretado pela hipófise na corrente sangüínea atuará sobre as células de Leydig nos testículos, fazendo com que elas passem a produzir o hormônio masculino testosterona. Este hormônio testicular é responsável pelo desencadeamento e pela manutenção dos caracteres sexuais, secundários masculinos (barba, voz grave, massa muscular, crescimento ósseo, metabolismo, comportamento e outros), além de estimular a produção dos espermatozóides.

Sistema Reprodutor Feminino
  • Vulva ou pudendo: conjunto de estruturas que formam o aparelho reprodutor feminino externo (lábios vaginais, orifício da uretra, abertura da vagina e clitóris).
  • Lábios vaginais (Grandes e pequenos lábios): são dobras da pele formadas por tecido adiposo, sendo responsáveis pela proteção do aparelho reprodutor feminino.
  • Clitóris: órgão sensível e prazeroso do organismo feminino;
  • Vagina: canal que recebe o pênis durante o ato sexual, servindo também como conduto para eliminação do fluxo menstrual e concepção no momento do parto normal (canal que por ação hormonal se dilata para o nascimento de um bebê);
  • Útero: órgão que recepciona o ovo / zigoto, proporcionando o seu desenvolvimento durante o período gestacional. Além de proteger o embrião contra choques mecânicos, também impede a transposição de impurezas e contaminação contra micro-organismos patogênicos, bem como auxilia a manutenção da nutrição (formação da placenta e cordão umbilical);
  • Tubas uterinas ou tropas de falópio: são ovidutos que possuem numerosos cílios em sua superfície interna, desempenhando a função de transportar o “óvulo” (ovócito secundário) do ovário até o útero. Normalmente é nas trompas que ocorre a fecundação, ou seja, o encontro do espermatozoide com o “óvulo”.
  • Ovários: são glândulas responsáveis pela ovulação periódica dos “óvulos”, de acordo com o ciclo menstrual feminino iniciado na puberdade, produzindo também os hormônios sexuais: estrógeno e progesterona.

Fisiologia do Sistema Genital Feminino
O folículo é uma unidade formada por muitas células, presentes nos ovários. É dentro dos folículos que se desenvolve o óvulo e ocorre a produção de hormônios sexuais femininos.

A mulher nasce com aproximadamente 200 000 folículos primários em cada ovário, os quais amadurecem formando os folículos secundários. A partir da puberdade, uma vez por mês, um folículo secundário amadurece mais ainda, por estímulo do hormônio hipofisário FSH (Hormônio Folículo Estimulante), e forma o folículo maduro ou folículo de Graaf, que contém o óvulo e produz grande quantidade de estrógeno, que prepara o útero para a gravidez.
Por volta do 14º dia após o primeiro dia da menstruação, o folículo está totalmente maduro. Recebe então a influência de outro hormônio hipofisário, o LH (Hormônio Luteinizante), que estimula a ovulação. Após a ovulação, o folículo transforma-se no corpo-lúteo ou amarelo, que inicia a produção de hormônio progesterona, que age sobre o útero, mantendo-o propício para a gravidez.
Caso ocorra a fecundação, o corpo-lúteo, por estímulo da gonadotrofina coriônica, produzida pela placenta, permanece produzindo a progesterona, o que mantém o endométrio proliferado, capaz de nutrir o embrião em desenvolvimento.
Caso não se verifique a gravidez, o corpo-lúteo regride, transformando-se no corpo albicans. Após 14 dias da ovulação, pela falta de progesterona, o endométrio descama, constituindo a menstruação, quanto tem início um novo ciclo hormonal.
Nas mulheres, a ovulação se encerra entre 45 e 50 anos de idade, fenômeno denominado menopausa. Num ciclo de 28 dias, o período de maior fertilidade fica entre o 10º e o 18º dia do ciclo.
As pílulas anticoncepcionais são constituídas de estrógenos e progesterona, que assim impedem o amadurecimento dos folículos e, consequentemente, a ovulação. Não ocorrendo a ovulação, não há chance de fecundação. Os ciclos ovulatórios são, geralmente, alternados. Um ciclo ocorre no ovário direito, e o outro, no ovário esquerdo.
A suspensão da menstruação é um dos sintomas da gravidez. Durante ela, não ocorrerão novas ovulações e nem menstruações.
Disponível em: < http://www.brasilescola.com/>. Acesso em: 02 abr 2011.

terça-feira, 1 de março de 2011

Gravidez na adolescência



O início da atividade sexual está relacionado ao contexto familiar, adolescentes que iniciam a vida sexual precocemente e engravidam, na maioria das vezes, tem o mesmo histórico dos pais. A queda dos comportamentos conservadores, a liberdade idealizada, o hábito de “ficar” em encontros eventuais, a não utilização de métodos contraceptivos, embora haja distribuição gratuita pelos órgãos de saúde públicos, seja por desconhecimento ou por tentativa de esconder dos pais a vida sexual ativa, fazem com que a cada dia a atividade sexual infantil e juvenil cresça e consequentemente haja um aumento do número de gravidez na adolescência.

A gravidez precoce pode estar relacionada com diferentes fatores, desde estrutura familiar, formação psicológica e baixa autoestima. Por isso, o apoio da família é tão importante, pois a família é a base que poderá proporcionar compreensão, diálogo, segurança, afeto e auxílio para que tanto os adolescentes envolvidos quanto a criança que foi gerada se desenvolvam saudavelmente. Com o apoio da família, aborto e dificuldades de amamentação têm seus riscos diminuídos. Alterações na gestação envolvem diferentes alterações no organismo da jovem grávida e sintomas como depressão e humor podem piorar ou melhorar.

Para muitos destes jovens, não há perspectiva no futuro, não há planos de vida. Somado a isso, a falta de orientação sexual e de informações pertinentes, a mídia que passa aos jovens a intenção de sensualidade, libido, beleza e liberdade sexual, além da comum fase de fazer tudo por impulso, sem pensar nas consequências, aumenta ainda mais a incidência de gestação juvenil.

É muito importante que a adolescente faça o pré-natal para que possa compreender melhor o que está acontecendo com seu corpo, seu bebê, prevenir doenças e poder conversar abertamente com um profissional, sanando as dúvidas que atordoam e angustiam essas jovens.

Por Giorgia Lay-Ang
Graduada em Biologia
Equipe Brasil Escola

Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/gravidez-adolescencia.htm>. Acesso em: 28 fevereiro 2011.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A HISTÓRIA DE UM GÊNIO QUE A ESCOLA APAGOU!



Biografia do inventor americano Thomas Alva Edison, que nunca frequentou a escola mas revolucionou a vida humana com invenções como a lâmpada elétrica, o fonógrafo, a máquina de cinema.
O mais fértil inventor de todos os tempos criou o fonógrafo, a lâmpada elétrica, o projetor de cinema e aperfeiçoou o telefone. Traçou desse modo o perfil do mundo de hoje.  Decididamente, o professor não gostava dele. “O garoto é confuso da cabeça, não consegue aprender”, queixava- se o reverendo Engle daquele menino de 8 anos, agitado e perguntador, os cabelos eternamente despenteados, que se recusava a decorar as lições, como faziam todos os alunos e ainda por cima ouvia mal. Naquele ano de 1855, o reverendo Engle era o único professor da única sala de aula da cidadezinha de Milan, no estado americano de Ohio, perto da fronteira com o Canadá e, assim, o implacável diagnóstico fulminou, três meses depois de ter começado, a carreira escolar do estudante Thomas Alva Edison.
Foi irremediável: nunca mais ele voltaria a frequentar um lugar de ensino. Pode-se especular por toda a eternidade que diferença teria feito para a história pessoal de Edison se ele tivesse tido um professor menos bitolado, que não confundisse excesso de curiosidade com falta de inteligência. É bem possível que as rotinas da educação arcaica terminassem por asfixiar a desmedida vontade de saber daquele aluno irrequieto e, isso sim, poderia ter feito enorme diferença para o perfil dos tempos modernos. Pois raras pessoas ajudaram tanto a esculpir o mundo atual como Thomas Alva Edison, o inventor da lâmpada elétrica e do fonógrafo, do microfone e do projetor de cinema, para citar apenas as de maior repercussão entre as literalmente mil – e – tantas utilidades que ele criou ou aperfeiçoou ao longo de uma vida trabalhada virtualmente sem tréguas quase até o final de seus 84 anos. Edison foi a encarnação mais que perfeita do supremo mito americano do self made man o homem que principia de baixo e apenas pelos próprios méritos termina coberto de glória e fortuna. Edison e os Estados Unidos parecem ter nascido um para o outro. Em 1865, quando acaba a guerra civil entre o Norte e o Sul, que matou 617 mil americanos, Edison tem 18 anos e ganha a vida como telegrafista. Em 1929, quando a quebra da Bolsa de Nova York anuncia os anos negros da Depressão, ele já passou dos 80 e festeja meio século da criação da lâmpada elétrica. Entre essas duas datas, os Estados Unidos deram um salto sem precedentes.
A explosão capitalista, que criou em tempo recorde um país vertiginoso, exigia incessantes inovações técnicas. E a tecnologia, ao produzi-las, acelerava ainda mais o ritmo das mudanças em todos os setores. Num país insaciavelmente ávido por novidades, Edison esteve sempre no meio dessa roda-viva.Ele provavelmente não teria ido muito longe se não tivesse tido a mãe que teve. Ex-professora, casada com um pequeno comerciante chamado Samuel Edison, Nancy sentia por Thomas especial carinho, talvez por ter sido ele o caçula de seus sete filhos, três falecidos em criança, todos bem mais velhos que o menino. Além de afeto, Nancy tinha suficiente sensibilidade para perceber que não havia nada de errado com Al a culpa, ela sabia, era da escola que o rejeitava. E assim passou a educá-lo em casa, cercando-o de livros de História e Ciência, peças de Shakespeare e romances de Charles Dickens. O filho não a decepcionaria. Leitor apaixonado pelo que lhe caísse nas mãos, apreciava especialmente escritos científicos. Não contente em ler, sentia necessidade de repetir as experiências mostradas nos livros de Química, acabando por montar em casa um pequeno laboratório.
Os tempos, porém, eram difíceis para Samuel Edison, que a essa altura já se havia mudado com a família, em busca de melhores oportunidades, para Port Huron, Michigan, junto à fronteira canadense. Não só para pagar os materiais necessários a suas experiências mas principalmente para ajudar no sustento da casa, Al arranjou emprego no trem diário que ligava Port Huron a Detroit, a futura capital mundial do automóvel. Eram três horas e meia para ir, outras tantas para voltar e seis horas entre uma viagem e outra tempo mais que suficiente para vender a bordo frutas, balas, bombons, biscoitos e chocolates (na ida), tudo isso mais a edição vespertina do Free Press, o principal jornal de Detroit (na volta), e ainda para longas sessões de leitura, seja no bagageiro do trem, seja na biblioteca pública da cidade. Tempo suficiente também para experiências no laboratório que Al foi instalando a bordo, no sacolejante bagageiro, com a benevolente cumplicidade do chefe do trem, seduzido pelo espírito empreendedor daquele garoto mal-ajambrado de 12 anos.
Naquela época, o que fascinava os americanos, mais ou, menos como hoje o computador, era a eletricidade, cujos segredos começaram a ser desvendados pelo inglês Michael Faraday e o alemão Simon Ohm cerca de trinta anos antes de Edison nascer. Mas o que fascinava especialmente o rapaz era uma aplicação específica da eletricidade o telégrafo, inventado nos anos 1830 pelo americano Samuel Morse, em honra de quem passou a ser chamado o código de pontos e traços usado para a transmissão de mensagens por impulsos elétricos através de fios. A imprensa e o telégrafo capturaram a imaginação de Al. Com o dinheiro que Ihe rendia a venda de guloseimas e jornais, comprou em Detroit uma impressora de terceira mão para publicar um mal escrito semanário de avisos e fofocas, The Weekly Herald, O Arauto Semanal, inteiramente produzido por ele próprio no trem.
As possibilidades abertas pelo telégrafo para a difusão instantânea de notícias não escaparam ao jovem Edison, naqueles anos em que os americanos ansiavam por informações das furiosas batalhas da guerra civil. Aos 15 anos, solitário e tímido, não sabia se queria ser jornalista ou telegrafista. Por ora ganhava dinheiro com o jornalismo e a telegrafia, vendendo por preços exorbitantes os papéis impressos em Detroit com as notícias mais quentes da guerra. Um belo dia, o balanço do trem derrubou os frascos do laboratório e uma das traquitandas químicas pôs fogo no bagageiro. Assim que conseguiu controlar o incêndio, o chefe da composição arremessou para fora o inflamável material de pesquisa junto com o desconcertado pesquisador não sem antes aplicar-lhe severo corretivo. Das muitas lendas inventadas sobre a carreira de Edison, talvez a mais popular atribui à sova que levou naquele infausto dia de 1862 a surdez quase total que o acompanhou vida afora. Na verdade, seus problemas de audição vinham desde os 6 anos. causados pela escarlatina que o atacou então.
No máximo, a agressão no trem pode ter agravado a deficiência. Despejado, perambulou pelos Estados Unidos, aprendendo e praticando telegrafia. Revelou-se em pouco tempo um operador de primeira. Mas a rotina do trabalho o enfastiava e ele combatia o tédio passando trotes; assim, quando não se demitia, acabava demitido. Em dado momento, resolveu com dois outros companheiros ser telegrafista no Brasil. Como o navio em que deviam partir de Nova Orleans atrasou muito, desistiu da idéia. Os amigos embarcaram; consta que acabaram morrendo de febre amarela. Por essa época, compra de segunda mão os dois volumes de Pesquisas experimentais em eletricidade, do inglês Faraday, por sinal também um autodidata, onde se demonstra como a energia mecânica pode se converter em eletricidade. O livro parece ter tido um impacto excepcional sobre seu inquieto leitor. Com 21 anos, telegrafista em Boston, morando num quarto de pensão transformado num misto de biblioteca e laboratório, Tom, como já era chamado, descobriu um rumo para a vida ser inventor. “Tenho muito que fazer e o tempo é curto”, teria dito a um companheiro de pensão. Vou arregaçar as mangas.” O que ele entendia por arregaçar as mangas logo tomaria forma na invenção pela qual recebeu a primeira patente uma máquina de votar para o Congresso dos Estados Unidos. Tratava-se, portanto, de um ancestral do sistema eletrônico de votação hoje usado em muitos parlamentos, inclusive no Brasil. Edison conhecia eletricidade, mas não conhecia os políticos.
Para sua imensa surpresa eles não manifestaram o menor interesse pela engenhoca. Já em Nova York, onde desembarcou sem um centavo no bolso, passou semanas a fio à custa de um ou outro conhecido. Sua dieta Iimitava-se a café com pastel de maçã. Por sorte, eu gostava”, lembraria anos mais tarde. Por um golpe do acaso, estava no lugar certo quando quebrou a máquina que transmitia pelo telégrafo as cotações do ouro na Bolsa. É claro que ele consertou a máquina em tempo recorde e é claro que foi recompensado com um emprego na companhia responsável pela divulgação do sobe-e-desce dos negócios com ouro. Logo Edison inventou um teletipo para registrar automaticamente numa fita de papel as cotações das ações na Bolsa.
Ao oferecer o invento a um escritório de Wall Street, esperava receber por ele 5 mil dólares. Pagaram-lhe. sem que ousasse pedir tanto, 40 mil. O dinheiro durou um mês, gasto todo ele em equipamentos para a firma de engenharia elétrica que montara com dois sócios numa velha loja perto do pátio da estação de bens de Jersey City. depois transferida para um casarão de três andares em Newark, também em Nova Jersey. Era o mais moço dos sócios, mas seu apelido era o Velho”. Morando em quarto alugado, sem se importar com sono, comida e roupas, começava o dia às 6 da manhã e só se recolhia depois da meia – noite. De negócios, entendia pouco e gostava menos. Vida social, tinha nenhuma. Trabalhava pelo prazer de remover os problemas no caminho de seus inventos, sempre pelo método do ensaio e erro. Era persistente como um obcecado, paciente como um sábio. Entrou para a história a sua frase: Gênio é 1 por cento inspiração e 99 por cento transpiração”.
Em 1876, aos 29 anos, construiu por conta própria aquilo que os historiadores consideram seu maior invento o primeiro laboratório não universitário de pesquisas industriais de que se tem notícia. Instalada num casarão que ergueu num ermo do interior de Nova Jersey chamado Menlo Park, essa verdadeira fábrica de invenções antecipou em quase um século os centros de pesquisa mantidos por empresas multinacionais do porte da IBM, Dupont e AT&T. Ali, o patrão Edison trabalhava de igual para igual com o mais novato de seus empregados. Só não Ihe ocorria que algum deles pudesse ter uma atitude diversa da sua própria dedicação integral, irrestrita e exclusiva ao trabalho. Com esses era tirânico; em dias de mau humor despedia a torto e a direito. No Natal de 1871 casou-se com uma jovem de 16 anos, Mary Stilwell, que trabalhava em Menlo Park perfurando fitas telegráficas.
Diz a lenda que ele a pediu em casamento batendo em código morse numa moeda. Outra lenda diz que, saindo da igreja, deixou-a em casa e foi trabalhar até altas horas. É certo que a amava, embora o casamento viesse sempre em segundo lugar. Isso não mudou nem com o nascimento dos filhos. Apelidou a primeira, Marion, de Dot (ponto, em morse), Junior, o segundo, era Dash (traço). Havia ainda William, o caçula. Quando Mary morreu, aos 29 anos, de febre tifóide, o viúvo descobriu que eles Ihe eram estranhos. Um ano e meio depois, casou-se com Mina Miller, filha de um fabricante de equipamentos agrícolas de Boston, com quem viria a ter uma menina, Madeleine, e os meninos Charles e Theodore. No dia 14 de janeiro de 1876, Edison avisou o Escritório de Patentes dos Estados Unidos que estava trabalhando num invento destinado a transmitir a voz humana por um fio elétrico. Exatamente um mês depois, um certo Alexander Graham Bell entrou com um pedido de patente para o telefone.
No dia 10 de março, pela primeira vez o som da voz humana foi transmitido pelo aparelho patenteado por Bell. Seu telefone, porém, era ainda um artefato primitivo e Edison tratou de aperfeiçoá-lo. O que o desafiava era encontrar um material que convertesse o som da voz em corrente elétrica com mais clareza. Fiel a seu estilo, inventou cinqüenta aparelhos diferentes até dar-se por satisfeito com o transmissor à base de carbono em uso ainda hoje e foi ele quem pela primeira vez gritou ao bocal, em vez do costumeiro “alguém aí?”, simplesmente “alô”. Enquanto aperfeiçoava o telefone de Bell, ocorreu a Edison que, se o som podia ser convertido em impulsos elétricos. também deveria ser possível gravá-lo para ouvi-lo depois. Esboçou então um sistema que consistia em um diafragma, ou seja, uma membrana fina que vibrava quando atingida por ondas sonoras, uma agulha presa ao diafragma e um cilindro rotativo recoberto por uma folha de estanho.
A vibração do diafragma se transmitia à agulha, que fazia um sulco na folha metálica. Esta, por estar presa ao cilindro acionado por uma manivela, girava. Terminada a gravação, fazia-se a agulha voltar ao ponto de partida. Mas então, ao girar-se a manivela, a agulha percorria a trilha do sulco; a vibração era transmitida ao diafragma, que assim reproduzia o som gravado. O próprio Edison inaugurou seu fonógrafo, ou a máquina de falar”, como ficaria conhecida no começo, recitando os versos da mais famosa canção infantil em língua inglesa: Mary had a little lamb” (”Mary tinha um carneirinho”). O fonógrafo fez de Edison, então com 31 anos, uma celebridade nacional e desse pódio ele jamais desceria até morrer, meio século mais tarde. Apesar disso, o invento permaneceu praticamente tal e qual durante quase uma década. O próprio Edison e seus maravilhados contemporâneos não viam no fonógrafo aplicação comercial imediata. Ademais, Iogo a energia criativa do inventor se voltaria para outra direção a luz elétrica.
Naquele final dos anos 70, o uso da eletricidade para iluminação não era mais novidade. Já se conhecia a lâmpada de arco, que iluminava ao lançar em curva uma corrente entre duas hastes eletrificadas. Mas a luz era ofuscante, durava pouco e produzia tremendo calor. Na época, as casas ainda eram iluminadas pela chama das velas, embora nas maiores cidades os lampiões de gás fossem amplamente usados nas ruas, teatros e grandes escritórios, mas, além de caro, o gás cheirava mal e não havia para ele um sistema geral de distribuição. Edison tinha na cabeça a idéia de conseguir uma luz suave como a do gás sem suas desvantagens. O resultado, a lâmpada elétrica, foi a invenção que Ihe daria mais problemas e trabalho.
À primeira vista, o desafio parecia simples: tratava-se de achar um material que ficasse incandescente quando a corrente elétrica passasse por ele e fazer com esse material um fio fino, um filamento. Como outros inventores, Edison acreditava que esse filamento precisaria ficar isolado dentro de um bulbo de vidro do qual o ar tivesse sido retirado, pois o oxigênio facilita a combustão. Mesmo no vácuo, porém, todas as dezenas e dezenas de filamentos diferentes testados pela equipe de Edison queimavam em poucos minutos. Durante mais de um ano, ele e seus assistentes faziam e testavam filamentos de todos os materiais possíveis e imagináveis. De experiência em experiência, chegaram ao fio de algodão carbonizado. Foi, literalmente, uma idéia luminosa. Acesa a 21 de outubro de 1879, a lâmpada brilhou 45 horas seguidas.
Edison não pregou olho enquanto isso. Quando, tendo já aperfeiçoado o invento, convidou um repórter do New York Herald para contar a boa nova, foi mais que uma consagração. Edison passou a ser chamado de mágico e gênio para cima. Tornara-se provavelmente o homem mais admirado do mundo. Mas a lâmpada era só meio caminho andado, se tanto. Era preciso criar, peça por peça, um sistema de geração e distribuição de eletricidade acessível a toda a população. Hoje em dia, quando tudo isso é rotina, pode-se ter apenas uma vaga idéia do tamanho da empreitada que permitiu a Edison produzir e distribuir energia elétrica a uma parte de Nova York em 1882. A tarefa rendeu ao inventor nada menos de 360 patentes que o ajudariam a tornar-se milionário. Mas, como ninguém é perfeito, ele perdeu tempo e dinheiro teimando, contra todas as provas em contrário, que o melhor sistema de transmissão de eletricidade a longas distâncias era o da corrente contínua, na qual os elétrons fluem numa mesma direção. Durante muitos anos, sem base alguma, Edison dizia que o sistema de corrente alternada, no qual os elétrons fluem ora numa ora noutra direção, era ineficaz e perigoso. Ele chegou a eletrocutar animais para demonstrar os supostos riscos da corrente alternada e só se rendeu depois que o sistema por ele condenado foi adotado em toda parte. Uma das últimas invenções de Edison a marcar profundamente a civilização moderna foi o projetor de cinema, que ele chamava de cinetoscópio e estava para a imagem como o fonógrafo para o som. Patenteado em 1891, o aparelho era uma caixa de madeira dentro da qual havia uma lâmpada e um rolo de filme de fotografias com uma seqüência de imagens.
Por um orifício na caixa via-se a grande ilusão: acionado por uma manivela, o filme rodava, dando a impressão de movimento. Em 1903, no primeiro estúdio de cinema dos Estados Unidos, em West Orange, Nova Jersey, ele produziu O grande assalto ao trem, o primeiro filme a contar uma história de ficção. Consagrado como “o mais útil cidadão americano”, Thomas Alva Edison viveu intensamente até o fim. Apesar de todos os esforços, comparáveis aos que empregou para inventar a lâmpada, não conseguiu produzir o carro de seus sonhos movido a eletricidade gerada por uma bateria. Entregou os pontos depois de 10 mil experiências e 1 milhão de dólares. Morreu em 1931, aos 84 anos, certo de algumas verdades básicas. Como a de que “pensar é um hábito que ou se aprende quando se é moço ou talvez nunca mais”. No dia de seu enterro, todas as luzes dos Estados Unidos foram apagadas durante 1 minuto.

Disponível em: <http://www.coisasinteressantes.com.br/blog/?p=231>. Acesso em: 27 de fev de 2011.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Comentários sobre o teste de Biologia do 2º ano - Salesianas - Fevereiro de 2011.

I.Salesianas - Inst.N. Sra. De Lourdes-Gravatá/Pe - 0901

No 1º quesito é feita uma ligação do conhecimento científico com uma situação real.

Com relação a letra (A), os cães domésticos passam por uma seleção artificial enquanto os selvagens são naturalmente selecionados pelo meio em que vivem ( Seleção Natural).

Com relação a letra (B), o nível taxonômico que atribuímos a grande diversidade encontrada dentro de cada grupo de animais domésticos é a Raça ou subespécie, uma vez que podem produzir descendência fértil.

Com relação a letra (C), os cães "vira-latas" são, em média, mais resistentes a doenças que os cães com pedigree, porque apresentam uma maior variabilidade genética e por se cruzarem ao acaso na natureza.

O 2º quesito aborda a classificação biológica dos seres vivos. Nesse atual sistema de classificação dos reinos vivos propostos por Whittaker, encontramos cinco Reinos. São eles: (1) Reino Monera, (2) Reino Protista, (3) Reino Fungi, (4) Reino Plantae (Vegetal) e (5) Reino Animalia.

No quesito de número 03 a letra (D) torna-se a melhor alternativa, uma vez que a espécie é uma categoria taxonômica singular, pois só inclui um tipo biológico. Sendo ela que responde o comando do quesito.

No quesito de número 04 a letra (D) torna-se a melhor alternativa, uma vez que Whitakker não propôs a classificação em cinco reinos e não em organismos unicelulares produtores.

No quesito de número 05 a letra (C) torna-se a melhor alternativa, uma vez que, as afirmativas 01, 02 e 05 estão corretas. A afirmativa 03 é falsa por estar a ordem no lugar da classe. E a afirmativa 04 trás a acentuação da palavra “doméstica”, uma vez que não existe acentuação de palavras em latim.

No quesito de número 06, apenas a primeira afirmativa está errada, pois o critério adotado por Carlos Lineu envolvia as semelhanças e as diferenças entre os seres vivos.

Muito obrigado a todos. Não há dúvidas que aqueles que plantaram boas sementes colherão excelentes frutos.

Com muito carinho, um beijão do Campelão.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

EU E A ESPÉCIE HUMANA



As espécies de seres vivos que nós conhecemos mostra que há características comuns e distintas quando comparadas entre si. Podemos pensar em um bando de araras-azuis ou mesmo um grupo de cachorros (dálmata, labrador, boxer, puldo, outros). A primeira vista as araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) são idênticas, mas não iguais entre si. Já os cachorros (Canis familiaris) são todos muito mais diferentes entre si. Seriam eles de espécies diferentes? E as araras? Por mais parecidos que sejam os indivíduos de uma mesma espécie sempre são diferentes entre si, nos aspectos físico e comportamental. Quando se trata da espécie humana, podemos comparar um índio, um negro, um asiático ou mesmo um europeu, que as conclusões são as mesmas.
Mesmo se considerarmos os órgãos ou as estruturas do nosso corpo, eles diferem entre si. Até mesmo quando se considera gêmeos idênticos, as semelhanças tem um limite, se bem que um pouco mais distante que os indivíduos fora dessa condição. Os olhos, a boca, o nariz, o coração, os rins, etc. daí, quando se trata de um transplante é preciso considerar o grau de compatibilidade entre doador e receptor.
A reprodução biológica que é uma função fundamental à manutenção das espécies, tem a sua grande parcela de contribuição para a produção dessas diferenças. A reprodução sexuada é uma modalidade de reprodução capaz de gerar indivíduos com uma significativa variabilidade genética, quando se comparada com os seus ancestrais mais próximos (geração parental). Essas diferenças, de natureza genética, são responsáveis por originar características adaptativas que favorecem ou não a sobrevivência dos indivíduos em seus respectivos ambientes (Seleção Natural – Charles Robert Darwin).
Os seres vivos em seus respectivos ambientes representam uma sinfonia de extremo equilíbrio, quando distante dos humanos. Por exemplo: (1) Os peixes estão adaptados ao seu ambiente aquático, quando respiram, ou nadam, ou caçam; (2) as araras-azuis, estão adaptadas ao voo, ou seu bico está ajustado ao corte de sementes de licuri (um tipo de coco); ou (3) o ser humano está bem adaptado quando se locomove sobre o solo, ou quando, com suas mãos manipula com destreza o teclado de um computador. Os seres vivos também estão muito bem adaptados quanto à sua função. Vejamos, (1) A locomoção de um guepardo (atingindo até 120 Km/h, sendo o mais rápido de todos os animais terrestres); (2) a visão de uma águia (que consegue focalizar um ratinho tentando se esconder no gramado enquanto voa a 5 mil metros de altitude); ou (3) o olfato dos tubarões também nos chama a atenção (capaz de perceberem uma gota de sangue a 300 m de distância em pleno oceano).
Costumo dizer que, como biólogo que sou, a espécie humana é a menos importante para o equilíbrio do planeta. É bem verdade que se trata de um animal racional e, portanto, com um elevado nível de inteligência (no geral), criador de vários instrumentos de utilidade pública, mas também de destruição, muitas vezes, em massa; capaz de mudar a realidade, superar muitos desafios e agredir, ao mesmo tempo em que protege a natureza.
Dentre toda a problemática ambiental, o homem figura com personagem principal, principal vilão. (1) O aquecimento global (Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e 2100); (2) o lançamento de uma elevada carga de poluentes nos ambientes aquáticos, terrestres e aéreos, muito acima de suas capacidades de depuração; (3) além da destruição dos ambientes naturais através do desmatamento, das queimadas, das atividades agropecuárias e imobiliárias; (4) e da alteração significativa dos climas local e global, são alguns dos exemplos de como o ser humano, muitas vezes, desumano, figura neste nosso planeta singular.
Aqui preciso citar dois exemplos de relações humanas: (1) como o homem deve se relacionar com os seres vivos e (2) como o homem deve se relacionar com a natureza;
  1. Relação do homem com os seres vivos:
Quando eu planto uma árvore,
essa me dá sombra e abrigo.
Nessa sombra eu descanso,
nesse abrigo vejo pássaros em seus ninhos, cheios de vida.
Esses pássaros se abrigam
e, assim contribuo para que a vida dure um pouco mais nesse planeta”.
  1. Relação do homem com a natureza:
O ambiente sou eu e o lugar onde estou.
O parque por onde caminho,
o rio em que pesco,
O ar de onde retiro o oxigênio para viver.
A agressão que eu faço ao ambiente, também me atinge de imediato”.
É obrigação nossa nos despojarmos de um olhar filosófico, romântico ou capitalista da natureza. A floresta Amazônica não é o “pulmão do mundo”, o nosso planeta não é só a nossa casa para morarmos, e que se destruído, não teremos onde morar. Esta é sim a nossa única morada e que se a destruirmos, na realidade nós e quem seremos destruídos e ele ficará aí para se recuperar e esperar outros milhões de anos para alojar novas espécies. Espero muito que sejam menos evoluídas, menos inteligentes, menos racionais, menos crentes que esta espécie: Homo sapiens sapiens.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

POR QUE COMEMOS ISTO?

 

Alunos analisam fatores que influenciam os hábitos alimentares - nem sempre saudáveis

 

Amanda Polato (Amanda Polato)
Revista Nova Escola: http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/pratica-pedagogica/comemos-isto-426208.shtml


Quando o professor José Maria Rodrigues Soares começou a discutir em sala o conteúdo calórico e os nutrientes dos alimentos, os estudantes de 7a série da Escola de Educação Básica e Profissional Embaixador Espedito de Freitas Resende, em Teresina, ficaram preocupados. Afinal, eles preferiam produtos pouco saudáveis vendidos em lanchonetes. Para esclarecer as dúvidas da garotada e dar uma abordagem diferente ao tema, José Maria elaborou o projeto Hábitos Alimentares: uma Questão Sociocultural.“Minha proposta era investigar os principais fatores econômicos, sociais e culturais que influenciam a construção do nosso cardápio particular”, resume.

Aprender sobre hábitos alimentares...

■ Amplia a compreensão do valor dos nutrientes.
■ Mostra que a alimentação influencia diretamente a saúde.
■ Favorece a reflexão sobre a escolha do que comer.

A turma se perguntava sobre a razão de consumir tantas coisas industrializadas, como salgadinhos e refrigerantes. Mais do que isso, queria saber o que, de fato, faz bem ou mal.“Muitas vezes os jovens não têm consciência do que é gordura em excesso”, afirma a presidenta da Associação Brasileira de Nutrição, Andréa Pólo Galante. O tema já é um conteúdo consagrado nas aulas de Ciências e pode ser enriquecido com conhecimentos que dizem respeito diretamente à vida dos estudantes.

Marcos Engelstein, responsável pela seleção do projeto de José Maria entre os 50 melhores da edição de 2006 do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10, avalia que o professor teve o mérito de destacar a influência cultural e social dos hábitos alimentares e analisar criticamente a mídia no que diz respeito à publicidade (leia o quadro). “Talvez o hábito dos adolescentes não mude porque não é algo tão simples, mas eles vão se questionar mais na hora de escolher o que comer.”

PESQUISA

Fatores que influenciam os hábitos alimentares. Ilustração: Lucas Pádua
Fatores que influenciam os hábitos alimentares.
Ilustração: Lucas Pádua
Os adolescentes e a mídia: análise de propagandas

Os alunos de José Maria observaram propagandas de TV com olhar crítico e passaram a registrar a freqüência diária de anúncios de guloseimas e produtos industrializados. Sobre um comercial de refrigerante, Lya Mendes, 15 anos, disse: “Fala das suas vantagens, induzindo ao consumo de outros produtos, como pizza e salgadinhos. Os lugares mostrados são aconchegantes, com pessoas praticando esportes”. Por isso, segundo ela, o alvo deve ser os jovens. O campeão de aparições na TV é a pizza. Já o arroz e o feijão eram acompanhados de refrigerantes e até bebidas alcoólicas, sem referência a frutas e verduras, como percebeu Taynã da Rocha Santos, 14 anos. O gráfico ao lado mostra os fatores que mais influenciam os hábitos alimentares da comunidade escolar, segundo a pesquisa realizada pela turma.

Fonte: Pesquisa de alunos da Escola de Educação Básica e Profissional Embaixador Espedito de Freitas Resende.
Valores nutricionais

As atividades tiveram início com um debate em grupo sobre o valor nutricional do que cada um costumava comer. “Os alunos levantaram hipóteses sobre o porquê da predileção por salgados, refrigerantes e pizzas na hora do recreio”, conta José Maria. Na primeira parte da investigação, eles examinaram o rótulo dos produtos que mais consumiam. Depois, partiram para a coleta de dados sobre hábitos dos familiares, por meio de entrevistas, e analisaram o cardápio da merenda escolar.

Também em equipe, a turma estudou mais a fundo conteúdos como função dos nutrientes no organismo, consumo, aditivos e doenças causadas por maus hábitos alimentares. Livros, revistas, jornais e internet foram empregados na pesquisa e cada time apresentou seu subtema utilizando painéis, montados com a ajuda da professora de Arte. Foram produzidos ainda artigos, cartilhas e folhetos informativos para a distribuição entre os alunos do Ensino Fundamental, socializando todo o conhecimento.

O projeto incluiu também uma pesquisa realizada com cerca de 400 colegas das demais classes da escola. Dessa forma, foram coletadas informações sobre os costumes da comunidade. O questionário continha perguntas sobre renda familiar, idade e itens mais consumidos por refeição. Outro ponto levantado dizia respeito aos fatores que contribuem para a formação dos hábitos.As opções incluíam itens como vizinhos, parentes, amigos, receitas regionais e mídia. A tabulação e a análise das respostas foram feitas com a ajuda dos professores de Matemática e Informática.“ A turma concluiu, entre outros pontos, que os alimentos mais consumidos apresentam um alto teor calórico, que a escolha está condicionada ao poder aquisitivo e à cultura, mas que sofre uma grande influência da TV”, destaca o professor.

Reflexão gera mudança
Para avaliar os resultados do trabalho, José Maria acompanhou durante o processo como todos estavam organizando suas idéias e elaborando novos conhecimentos. Além disso, ele examinou produções textuais e seminários e aplicou provas escritas. Para ele, o mais relevante foi perceber uma mudança de postura dos jovens em relação aos hábitos alimentares.“Já há menos rejeição ao lanche oferecido pela escola, que inclui frutas e outros produtos naturais”, conta.

O consultor Mário Domingos, da Sabina Escola Parque do Conhecimento, de Santo André (SP), considera positivo o fato de os alunos pensarem sobre suas escolhas.“Esse comportamento está além dos conteúdos aprendidos e terá reflexos no futuro deles.”Mário faz um alerta: deve- se considerar que, no contexto da realidade dos alunos, é quase impossível viver sem os alimentos industrializados.“ É relevante provocar reflexão e oferecer opções de alimentação, mas o discurso não deve ser moralista”, diz o consultor.

Quer saber mais?

CONTATO
Escola de Educação Básica e Profissional Embaixador Espedito de Freitas Resende
, R. 68, s/no, 64077-450, Teresina, PI, tel. (86) 3236-2001