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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

EU E A ESPÉCIE HUMANA



As espécies de seres vivos que nós conhecemos mostra que há características comuns e distintas quando comparadas entre si. Podemos pensar em um bando de araras-azuis ou mesmo um grupo de cachorros (dálmata, labrador, boxer, puldo, outros). A primeira vista as araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus) são idênticas, mas não iguais entre si. Já os cachorros (Canis familiaris) são todos muito mais diferentes entre si. Seriam eles de espécies diferentes? E as araras? Por mais parecidos que sejam os indivíduos de uma mesma espécie sempre são diferentes entre si, nos aspectos físico e comportamental. Quando se trata da espécie humana, podemos comparar um índio, um negro, um asiático ou mesmo um europeu, que as conclusões são as mesmas.
Mesmo se considerarmos os órgãos ou as estruturas do nosso corpo, eles diferem entre si. Até mesmo quando se considera gêmeos idênticos, as semelhanças tem um limite, se bem que um pouco mais distante que os indivíduos fora dessa condição. Os olhos, a boca, o nariz, o coração, os rins, etc. daí, quando se trata de um transplante é preciso considerar o grau de compatibilidade entre doador e receptor.
A reprodução biológica que é uma função fundamental à manutenção das espécies, tem a sua grande parcela de contribuição para a produção dessas diferenças. A reprodução sexuada é uma modalidade de reprodução capaz de gerar indivíduos com uma significativa variabilidade genética, quando se comparada com os seus ancestrais mais próximos (geração parental). Essas diferenças, de natureza genética, são responsáveis por originar características adaptativas que favorecem ou não a sobrevivência dos indivíduos em seus respectivos ambientes (Seleção Natural – Charles Robert Darwin).
Os seres vivos em seus respectivos ambientes representam uma sinfonia de extremo equilíbrio, quando distante dos humanos. Por exemplo: (1) Os peixes estão adaptados ao seu ambiente aquático, quando respiram, ou nadam, ou caçam; (2) as araras-azuis, estão adaptadas ao voo, ou seu bico está ajustado ao corte de sementes de licuri (um tipo de coco); ou (3) o ser humano está bem adaptado quando se locomove sobre o solo, ou quando, com suas mãos manipula com destreza o teclado de um computador. Os seres vivos também estão muito bem adaptados quanto à sua função. Vejamos, (1) A locomoção de um guepardo (atingindo até 120 Km/h, sendo o mais rápido de todos os animais terrestres); (2) a visão de uma águia (que consegue focalizar um ratinho tentando se esconder no gramado enquanto voa a 5 mil metros de altitude); ou (3) o olfato dos tubarões também nos chama a atenção (capaz de perceberem uma gota de sangue a 300 m de distância em pleno oceano).
Costumo dizer que, como biólogo que sou, a espécie humana é a menos importante para o equilíbrio do planeta. É bem verdade que se trata de um animal racional e, portanto, com um elevado nível de inteligência (no geral), criador de vários instrumentos de utilidade pública, mas também de destruição, muitas vezes, em massa; capaz de mudar a realidade, superar muitos desafios e agredir, ao mesmo tempo em que protege a natureza.
Dentre toda a problemática ambiental, o homem figura com personagem principal, principal vilão. (1) O aquecimento global (Modelos climáticos referenciados pelo IPCC projetam que as temperaturas globais de superfície provavelmente aumentarão no intervalo entre 1,1 e 6,4 °C entre 1990 e 2100); (2) o lançamento de uma elevada carga de poluentes nos ambientes aquáticos, terrestres e aéreos, muito acima de suas capacidades de depuração; (3) além da destruição dos ambientes naturais através do desmatamento, das queimadas, das atividades agropecuárias e imobiliárias; (4) e da alteração significativa dos climas local e global, são alguns dos exemplos de como o ser humano, muitas vezes, desumano, figura neste nosso planeta singular.
Aqui preciso citar dois exemplos de relações humanas: (1) como o homem deve se relacionar com os seres vivos e (2) como o homem deve se relacionar com a natureza;
  1. Relação do homem com os seres vivos:
Quando eu planto uma árvore,
essa me dá sombra e abrigo.
Nessa sombra eu descanso,
nesse abrigo vejo pássaros em seus ninhos, cheios de vida.
Esses pássaros se abrigam
e, assim contribuo para que a vida dure um pouco mais nesse planeta”.
  1. Relação do homem com a natureza:
O ambiente sou eu e o lugar onde estou.
O parque por onde caminho,
o rio em que pesco,
O ar de onde retiro o oxigênio para viver.
A agressão que eu faço ao ambiente, também me atinge de imediato”.
É obrigação nossa nos despojarmos de um olhar filosófico, romântico ou capitalista da natureza. A floresta Amazônica não é o “pulmão do mundo”, o nosso planeta não é só a nossa casa para morarmos, e que se destruído, não teremos onde morar. Esta é sim a nossa única morada e que se a destruirmos, na realidade nós e quem seremos destruídos e ele ficará aí para se recuperar e esperar outros milhões de anos para alojar novas espécies. Espero muito que sejam menos evoluídas, menos inteligentes, menos racionais, menos crentes que esta espécie: Homo sapiens sapiens.

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