MANEJO E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS FLORESTAIS
Por: Ricardo Campelo de Albuquerque*
Na área rural de Gravatá, a exemplo do que acontece em muitas outras áreas rurais de Pernambuco, tem-se um grande conflito de interesses econômicos e ambientais. Com o aumento da demanda da sociedade, a falta de condições de sócio-econômicas adequadas para a população, a carência na formação educativa ambiental e outros fatores de natureza antrópica, contribuem para o agravamento da problemática ambiental que a região considerada vem sofrendo. Diante deste cenário, a área rural tem sido muito explorada para atender essa demanda, gerando assim uma elevada exploração do ambiente.
Aliando a exacerbada depredação do ambiente, a carência de educação ambiental ( fruto da falta de conhecimento acerca dos valores ambientais essencialmente campestres ), a ausência de políticas públicas mais contundentes, a escassa fiscalização ambiental, e outros fatores, construímos um quadro de grande pressão ambiental de natureza antrópica que está sendo imposta à nossa região com a explícita devastação das paisagens naturais e alteração do nosso clima local, que vem se somando a outros fatores ambientais de problemática mundial.
A região que, na década de 1950 recebera o título de lugar “clima de montanha”, referindo-se à sua agradável temperatura média (24º C) e sua elevada umidade relativa do ar (80 %), hoje pode ser considerada um lugar com “clima de deserto”, haja vista, o severo grau de destruição de sua área verde rural. Para exemplificar, podemos considerar a devastação dos remanescentes de mata atlântica nos brejos de altitude para a exploração da agricultura, da pecuária e do comércio ilegal de madeira nessa área. A agressão ao ambiente de brejos é produzida por agricultores, fazendeiros, floricultores e vendedores de madeira. Muitos desses componentes não enxergam o fundamento do desenvolvimento sustentável como algo fundamental à permanência e obtenção de uma melhor perspectiva de vida para as futuras gerações.
Sendo essa uma prática comum por aqueles que lá vivem ou exploram, parte significativa da formação vegetal natural está sendo completamente desfigurada para dar lugar a essas “grandes” campos, originados por eliminação das matas e capoeiras da Caatinga que simultaneamente, produz o aquecimento local do clima, o esgotamento dos recursos naturais e a eliminação das nascentes d’água o que põe em risco a disponibilidade de água nos brejos de altitude e consequentemente o abastecimento d’água em Gravatá e municípios circunvizinhos.
Em suma, o modo como as pessoas vem relacionando-se com essa região, está produzindo uma área que caminha para um processo de desertificação e tornando a sobrevivência das mais diversas formas de vida inviável em médio prazo na região. As principais atividades estão sendo altamente impactantes ao ambiente, sob os vários aspectos possíveis, e está se afastando vertiginosamente do princípio do desenvolvimento sustentável.
Diante da realidade ambiental em que se encontram as áreas rurais da cidade de Gravatá e de acordo com a minha formação acadêmica, religiosa, moral e ética, precisamos refletir, além de repensar nossa relação como ambiente em que vivemos, tendo atitudes que contribuam expressivamente para preservar (proteger) e conservar (uso racional) de tudo o que há em nosso planeta Terra.
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*Professor de Ensino Fundamental e Ensino Médio (das redes pública - municipal e estadual - e particular) e da Universidade Estadual Vale do Acaraú.
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